Trump cogita isenção para autopeças e traz alívio temporário às montadoras nos EUA
Redação
4/15/20252 min read


O presidente Donald Trump avalia flexibilizar tarifas sobre autopeças importadas, buscando aliviar pressões sobre montadoras como Ford, GM e Stellantis. A possível isenção temporária nas tarifas de 25% visa conceder tempo para que as empresas transfiram sua produção para os Estados Unidos, mas levanta incertezas sobre os rumos da política comercial americana.
Trump considera isenção de tarifas para autopeças e reduz pressão sobre montadoras
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira que estuda conceder isenções tarifárias para peças de automóveis importadas, como forma de dar mais tempo às montadoras para estabelecerem sua produção em solo americano.
“Estou analisando algo para ajudar as montadoras. Elas estão trocando peças por outras feitas no Canadá, México e em outros países, e precisam de um pouco mais de tempo, porque vão passar a fabricar aqui”, afirmou Trump a jornalistas na Casa Branca.
A medida, que flexibiliza a tarifa de 25% sobre veículos e autopeças, pode representar um alívio financeiro significativo para grandes fabricantes como General Motors, Ford e Stellantis, que vinham pressionando o governo por exceções para peças de baixo custo.
Reações do mercado e impactos econômicos
Após o anúncio, as ações das montadoras subiram, revertendo perdas registradas anteriormente no dia. Ainda assim, os comentários de Trump aumentam a incerteza em relação à política comercial dos EUA, marcada por reviravoltas e ajustes inesperados.
As tarifas sobre importações de veículos e peças ameaçam elevar os preços para o consumidor americano e provocar disrupções nas cadeias de suprimento automotivas, especialmente entre EUA, Canadá e México, parceiros do acordo USMCA (antigo NAFTA).
Apesar da possível flexibilização para autopeças, Trump defende que as tarifas são essenciais para revitalizar a indústria manufatureira norte-americana.
Preocupações das montadoras
Fontes ligadas às negociações indicam que Ford, GM e Stellantis concordaram com tarifas sobre veículos completos e grandes componentes, como motores e transmissões. Contudo, alertaram que tarifas amplas sobre peças menores poderiam representar bilhões de dólares em custos adicionais, forçando cortes de empregos e impactando diretamente os lucros — o oposto do que o governo pretende alcançar.
Além do setor automotivo, Trump revelou planos de impor tarifas sobre importações farmacêuticas em breve, além de mencionar a possibilidade de tarifas setoriais futuras para produtos tecnológicos, apesar de isenções recentes para eletrônicos como os da Apple e da Nvidia.
Sinais mistos e cenário incerto
As frequentes mudanças de rumo do governo Trump têm deixado mercados, empresas e parceiros comerciais em alerta. A retórica flexível do presidente, que se define como alguém que “não muda de ideia, mas é flexível”, mantém o ambiente de negócios em constante adaptação.
Para o setor automotivo, a expectativa agora é por maior clareza e previsibilidade, já que qualquer movimento tarifário pode afetar não apenas os custos de produção, mas também os preços ao consumidor final.
Fonte: Bloomberg/Infomoney